A Cidade

O processo de colonização do município de Taipu confunde-se com a própria história da Capitania do Rio Grande. No período que vai de 1608 a 1811, foram doadas 17 Sesmarias na região, fato esse que contribuiu para colonização do sertão do Rio Grande do Norte. Embora não se possa afirmar com exatidão, a primeira sesmaria concedida em Taipu, foi a de Tapiatá, doada por Jerônimo de Albuquerque a Domingos Martins. Diz a nota transcrita dos livros de doação de Sesmarias existentes no Instituto Histórico e Geográfico:

“Há data cento e vinte e nove, deu Jerônimo D´Albuquerque a Domingos Martins em nove de julho de seiscentos e oito anos (09.08.1608) e maia légua de terra em quadra pelo Rio Seara acima, onde chamam Tapiatá. Porém não a cultivo por ser de pouco préstimo e está devoluta”.

O Desembargador Luís Fernandes, um dos grandes estudiosos da História do Rio Grande do Norte, escrevendo artigo para Revista do Instituto Histórico em 1909, diz que não se podia determinar a localidade desta sesmaria, mais ousava fazer uma suposição, já que a margem do Rio Ceará Mirim, havia um lugar chamado “Pousa”, onde sempre que
se viajava para o sertão, ou do sertão para o litoral, parava-se para o descanso.

Tapiatá que para o indígena era “ITÁPIATA” significa pedra do descanso, era o ponto de parada dos tropeiros, boiadeiros ou viajantes que iam do litoral para o sertão e vive-versa, e que teria seu nome mudado para “POUSA” pelo colonizador Português.

Oficialmente o registro de nascimento de Taipu data 21 de fevereiro 1614, quando no Auto de Repartição das Terras da Capitania do Rio Grande, aparece Taipu como sendo a mais longínqua localidade da Capitania.

Durante o século XVII, Taipu continuava sendo a povoação mais distante da capitania. Mas foi só no inicio do século XVIII que se nota o povoamento da região com a doação de novas sesmarias.

Em 21 de novembro de 1709, o Capitão Mor-Governador da Capitania do Rio Grande, André Napoleão da Costa, doa ao Tenente Manoel Rodrigues Coelho, terras devolutas na paragem chamada “TAIPU GRANDE”, e o mesmo Coronel em 1713 recebe doação de mais duas sesmarias. Era a sesmaria de no 212,“Taipu Grande”, no rio Ceará Mirim, partindo do poço chamado Taipu Grande, sendo légua e meia para baixo, com meia légua de largura para cada parte do rio”.

A outra sesmaria, de no 219, doada ao Coronel Manoel Rodrigues Coelho estava localizada no “Rio Ceará Mirim, na passagem do Umari, começando nas testadas do Coronel Joaquim de Almeida, correndo para o rio acima, légua e meia de comprimento e outra de tanto de largura para a parte do sul”.

No ano de 1734 o Sargento Mor João Rodrigues Seixas recebeu “Taipu Grande e Boa Água” e em 1735, com data de 18 de maio, foi doado “Pousa” a Manoel Alves Barbalho e a Luzia do Rosário na ribeira do Ceará Mirim.

Para o mesmo João Rodrigues Seixas, em 1735 foi doada mais uma sesmaria na localidade de “Taipu Grande” e neste mesmo ano, o Capitão Agostinho Antunes, recebe no mesmo “Taipu Grande” a sesmaria de no 421.

No ano de 1736 o Capitão Mor da Fortaleza dos Reis Magos, João Teyves Barreto, doa a João Vicente Ferraz e Vicente Rodrigues Viana, “Pousa”, e no ano seguinte o Capitão João Carneiro da Cunha requer doação nas proximidades.

Diz parte da carta de petição: “…Ribeira do Ceará Mirim, sobra entre sítio Inhandu e o Rio Cera Mirim, chegando a canas, três léguas do sítio Umari compreendendo o Pirapora…”.

Aos 12 de julho de 1742, Francisco Xavier de Miranda Henriques, fidalgo da Casa de sua Majestade, Capitão Mor Governador da Capitania do Rio Grande, concede registro de uma carta de data de sesmaria ao ajudante Manoel Gomes

da Silveira no rio Salgado na Ribeira do Taipu Grande, e no ano seguinte, em 05 de fevereiro de 1785, José Barbosa Gouveia doa a José Teixeira da Silveira, três léguas te terras nos Tanques, fazendo divisa com Maniçobas, Umari e Pousa do Meio, e por fim, no final do Século XVIII, o Sargento Mor Antônio Rodrigues da Silveira recebe terras entre Maniçobas e Tanques. (1792).

No Século XIX registram-se a doação de quadro (04) sesmarias. A primeira em 1800 ao Coronel Antônio da Rocha Bezerra, na “Pousa”; A segunda em 20 de abril de 1804, denominada “Tabuleiro do Barreto”, doada a Antônio Cavalcante Bezerra; A terceira, com data de 19 de janeiro de 1805, também na “Pousa”, doada ao Antônio Cavalcante Bezerra e por fim “Serra Pelada”, doada em 13 de setembro de 1811 pelo Governador Interino da Capitania do Rio Grande, Manoel José da Costa, a Fidelis de Paiva Ferreira.

As 17 grandes sesmarias doadas na região do Taipu contribuíram para a colonização e desenvolvimento da Capitania, tendo em vista que a maioria delas serviu para a criação de gado e o desenvolvimento da agricultura de subsistência.

Origem do nome Taipu

O nome Taipu, tem sua origem em um aldeamento existente na localidade. Era a aldeia de ITAIPI ou ITAIPU, que segundo Luis da Câmara Cascudo, formava o grupo das seis existentes na época da invasão Holandesa a Capitania do Rio Grande.

Muitos foram os autores que escreveram sobre a origem do nome Taipu. Cascudo, Protásio Melo, e o Baiano Teodoro Sampaio então entre eles. Para o mais nobre dos pesquisadores do Rio Grande do Norte, Luis da Câmara Cascudo, Taipu, vem de ITÁ-IPI, ou ITAIPU, que significa a fonte nas pedras, o manancial das pedras, ou ainda o olho dágua da pedra, em alusão a onde nasce ou surge à água. Além do nome Taipu, no município existem várias localidades de origem indígena, como é o caso de Umari, Ingá, Cuité e Jamirim.

A passagem do índio pelo município, não ficou registrada apenas nos nomes de localidades, ainda hoje em diversos pontos do vasto território são encontrados artefatos de argila ou pedra confeccionados por estes povos.

Nos povoados de Matão, Riacho, Cuité, Poço do Antônio, Riacho do Mudo, Tabuleiro do Barreto e Umari, é comum agricultores se deparem com panelas, machados ou até mesmo um ou outro almofariz, que afloram a superfície da terra.

Fonte: Prefeitura Municipal de Taipu – RN

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